Terça-feira, 23 de Julho de 2013

Manifesto da demissão do Elevador da Bica



O Elevador da Bica vem por este meio demitir-se de forma irrevogável da actividade ascensorística e blogosférica, de tudo menos dos jantares que ainda havemos de fazer como ex-ascensoristas.

Caro leitor, escusa de escrever comentáriosde joelhos à espera que revoguemos a nossa demissão, também escusa de não a aceitar, e não vale a pena apelar ao Cavaco, nem a entendimentos com outros blogues, pois nós não somos como certas e determinadas pessoas e só temos uma forma irrevogável de estar na vida. Quando nos demitimos, demitimo-nos mesmo.

Demitimo-nos assim de tudo e mais alguma coisa. Demitimo-nos da internet, da blogosfera, do Sapo, do País. Demitimo-nos de tudo o que a nação esperava de nós, sobretudo das nossas postas, que até eram capaz de ir parar às resenhas dos serviços secretos. Ficamos com pena do SIS, já não ajudamos ninguém a pensar, já não pensamos sequer, pois pensar o impensável em que se tornou Portugal e a política nacional é um exercício exagerado que pode causar danos irreversíveis aos nossos cérebros, ainda suficientemente funcionais para nos demitirmos.

Com o fim da realidade retratada pelo nosso lema – “tudo o que sobe também desce” – acaba toda uma razão de ser. Somos apenas mais uma vítima da crise. A partir do momento que, em Portugal, nada sobe, logo, “tudo o que desce também desce”. Não faz sentido sermos um “elevador”. Já não há “elevações” nem elevadores, só abaixamentos e abaixadores. O Elevador da Bica desce hoje. Definitivamente.

Desde Janeiro de 2007, passámos seis anos a divertir-nos aqui. Esta é a última paragem. Os guarda-freios por ordem de chegada: Vítor Matos, João Cândido da Silva, Bruno Faria Lopes, Filipe Santos Costa, Ana Catarina Santos, Maria Henrique Espada e Cristina Figueiredo. Um abraço aos que ficaram pelo caminho: Luís Miguel Afonso, Pedro Esteves e Adriano Nobre.
publicado por Vítor Matos às 14:16
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