O exemplo de empreendedorismo deste tuga, que saiu da sua zona de conforto e mostrou ao mundo aquilo de que os portugueses são capazes quando não se acomodam e não são piegas, abre uma infinitude de possibilidades.
Depois do Tour de France, as expetativas para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos estão, naturalmente, elevadas.
Mas lindo, lindo, digo eu, era a frase "Vai estudar RELVAS" num quadrinho, bordado em ponto de cruz, na exposição da Joana Vasconcelos em Versalhes. Desconfio que até o dr. Portas arranjava um subsidiozinho para essa ação de internacionalização das melhores tradições portuguesas, com um twist de contemporaneidade.
Para quem está a fazer um doutoramento em Ciência Política, como é o meu caso, os discursos políticos devem ser sempre analisados à lupa. Análise de conteúdo, palavras-chave, análise de forma, tipo de argumentação, retórica, mensagem directa, mensagem subliminar, etc.
Quando encontro, em Portugal ou no estrangeiro, discursos políticos marcantes não consigo guardá-los só para mim. Quero, por isso, partilhar com quem partilha este interesse comigo, algumas passagens do discurso proferido por Sua Excelência, o Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro e dos Assuntos Parlamentares (SEMAAP, como é conhecido no meio) Miguel Relvas, por ocasião do I Encontro Triângulo Estratégico América Latina-Europa-África. Aconteceu dia 12 de Março 2012, pelas 10 horas, em Lisboa.
- “O Atlântico é hoje um centro de reunião em cujas margens se espalha um imenso conjunto de países apostados na prosperidade dos seus povos.” (Relvas, M.; 2012; pp: 3);
- “Queremos aprender com cada um dos países porque para nós o mundo é uma imensa fonte de aprendizagem para todos os que tiverem a disponibilidade e a capacidade de escutar e de observar – numa palavra, de aprender.” (Relvas, M.; 2012; pp: 5);
- “Somos um povo europeu e atlântico. Somos ambas as coisas em simultâneo, sem que uma ponha em causa a outra, sem que uma diminua a outra, sem que uma rivalize com a outra. Pelo contrário, trata-se de uma condição complementar.” (Relvas, M.; 2012; pp. 9);
- “Estamos a viver uma era histórica em que o Atlântico Sul manifesta a todo o mundo que se está a configurar como um imenso espaço de paz, de cooperação e de prosperidade.” (Relvas, M.; 2012; pp. 12).
"Ainda pode haver alguns portugueses que querem ser enganados, mas a maioria já não quer ser enganada", diz Miguel Relvas ao Público de hoje.
Claro, a culpa é do povo.
Corre-se sempre o risco de que seja estúpido.
Isto promete.
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